terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

COMO É DIFÍCIL SER JOVEM

Sobre a juventude, muito já se disse e se dirá. Pode mesmo dizer-se que em todos os tempos e geografias, a juventude é tida como vítima e carrasco. Cortejada e vilipendiada, é este duplo olhar, esta contínua avaliação que faz com que a juventude possa ser entendida como um (tempo) ideal e, por isso, que se desejaria eterno mas que, lamentavelmente (pelo menos para uma boa parte dos indivíduos), não é.
Por isso, em nome de um suposto conflito de geração, pensa-se e diz-se que o País encontra-se refém da juventude, categoria em que se deposita a esperança e o futuro mas que é, simultaneamente, tida como sendo a origem dos problemas com que se confronta o país de que a criminalidade, o consumo de álcool e droga integram a lista de práticas e comportamentos que mais afligem a sociedade moçambicana. Se estes são alguns dos problemas da juventude identificados pela sociedade, os jovens elegem o desemprego como sendo o seu calcanhar-de-aquiles. Não é pois, de estranhar, que esta categoria seja um “grupo-alvo” no quadro das políticas a serem implementadas pelo governo visando o combate aos comportamentos “desviantes” e, muito naturalmente, à melhoria das condições de vida desta categoria.
Actualmente, os jovens são menos politizados, menos engajados e críticos. Isto significa que o papel de agitação cultural e de crítica social que se encontrava no passado alterou-se.
No presente caso, as questões que se colocam são: Que lugar e que papel estão reservados aos jovens, no contexto em que as suas acções possam influenciar e ou determinar o seu futuro na sociedade? De que políticas, de juventude, se poderá falar? E de que juventude se fala?
Falar-se-á de acção dos jovens ou antes de acção sobre os jovens? Ou, ainda, de ambas? Qual o papel que se espera que estes jovens desempenhem (de acordo com os papéis esperados pela sociedade, pelos adultos) e aqueles que os jovens pensam desempenhar?

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