A geração da velocidade é uma nova realidade social como resultado de fenómenos económicos, culturais, políticos e outros, adoptado por quem ambiciona ou cobiça ter fama ou sucesso, fazer-se parte integrante do sistema, ser aceite na sociedade e competir no mercado em pouco tempo. É uma geração mais imediatista, inspirada inclusive pela velocidade de querer “o aqui e o agora” e o desafio actual é fazer parte dessa geração veloz.
Portanto, é uma urgência permanente de viver de forma fenomenal e espectacular. É uma marca e um novo paradigma de vida do século XXI sobre a valorização da pressa como se algo quase que inalcançável faltasse.
Tudo isso, porque, o mundo actual exige cada vez mais e faz-nos acreditar que o tempo não pára, e como consequência disso nós também não paramos. Não paramos porque somos influenciados pela sociedade de consumo de que a vida é curta, por isso temos que aproveitar. E descobrimos que viver devagar e ser paciente não ajuda em nada e, é ficar atrás, por isso movemo-nos muito rapidamente para conseguir fazer e resolver tudo em menos tempo como se o mundo desaparecesse no dia seguinte.
Sem dúvida, este cenário é a face mais evidente da sociedade actual e em qualquer canto do mundo encontramos pessoas sempre apressadas. É essa mudança que observamos no comportamento do homem actual da geração da velocidade. É uma pessoa que fala, anda e come muito rápido. É uma pessoa da correria contra o relógio e não tem tempo para olhar do lado e reconhecer o outro. É uma pessoa que acredita que o tempo é dinheiro e tudo na vida é competição. É uma pessoa impaciente e imediatista que encontramos e convivemos com ela na família, no bairro, na escola, no trabalho e até na igreja... etc. Exemplos de tais atitudes têm-se todos os dias a nossa volta.
É relevante realçar que vivemos hoje em mundo onde a pressa é incentivada pelos meios de comunicação social em suas propagandas comerciais de venda de produto e serviço com capacidade de atingir simultaneamente um maior número de público em tempo recorde. Essa influência começa desde cedo, na infância e não se restringe à adolescência e já na idade avançada torna-se difícil controlar porque a informação hoje circula com uma velocidade fenomenal e vertiginosa e o seu poder escapa à censura em nome da liberdade confundida com libertinagem. E todos os dias surgem instituições com planos e programas de como aumentar a velocidade.
Será que essa nova realidade é a realidade ideal para a nossa sociedade?
Respondendo à pergunta, pensamos que não é o ideal, e não tem ainda a menor possibilidade de ser o ideal pelo simples motivo de que este fenómeno “Geração da velocidade” é um lazer agitado, uma fuga ao movimento ordenado por meio da agitação que traz consequências negativas na vida pessoal e na sociedade.
É importante que tomemos consciência de que a pressa só traz prejuízos e erros no trabalho, nos estudos, nos relacionamentos, transformando-nos em pessoas frustradas.
Por isso, este panorama profundamente negro deve proporcionar um estado de alerta pelo receio de ser consumido velozmente sem se dar conta. Porque o nosso século tem sido marcado pela constatação de que os modelos de comportamento humano adoptadas pela sociedade da “geração da velocidade” caracterizado pelo consumismo e impressionismo tornaram-se insustentáveis e exigem mudanças profundas sem as quais a crise social torna-se-à cada vez mais grave. Tais mudanças exigem alteração de valores da sociedade como um todo.
Por isso, este artigo foi concebido como tentativa de chamar atenção do perigo do fenómeno “geração da velocidade”.
Gaby Lomengo
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