O Puto mais Fofo de África Austral, com o
seu “domínio carismático”, forma, deforma, fofoca, comanda e impõe os sonhos,
os gostos, os hábitos, pensamentos e dizeres da massa. Para tal manipulação,
recorre-se a caixas de ideias e teorias altamente sofisticadas das fofocas e
bifes da geração da velocidade em busca da conquista do imaginário.
Pelas proporções alarmantes que o seu
programa (atracções) vem tomando, ele chega aos mais diversos grupos sociais,
desde os mais enriquecidos aos mais empobrecidos, contudo, com uma visão do
mundo limitado, ele deixa, sobretudo a camada juvenil passiva, inapta a reflectir,
questionar, ou criticar, as informações que recebem.
Portanto, o Puto Fred, já virou uma
marca e paradigma, que está presente em nossas vidas e com quem nós estamos em
intenso contacto, muitas horas por dia. Esse personagem é infiltrado nos
lares, com sua voz poderosa, apenas nos dá respostas, agrega valores e
estabelece relações hierárquicas, atrai os receptores a valorizarem e adoptarem
seus dizeres e modos de ser, agindo no quotidiano das pessoas e na vida social.
Por meio de tais práticas, o seu programa, torna-nos os seus reféns.
Diante dessa turbulência acorda-se a
necessidade de grandes transformações. Mas, paira no ar a grande questão: Como
reagir? É preciso desenvolver a capacidade de resistir, agir e não colocar-se
inerte frente às imposições do suposto programa de maior audiência jamais visto
no país. Mas quando analisamos de perto o programa descobrimos logo que a nossa
moçambicanidade não se resume no que apresenta o puto fanfarrão.
Por
isso, precisamos de sair do comodismo que nos encontramos e posicionarmos como
cidadãos críticos e participativos, na tentativa de traçar estratégias defensivas
a esse poder dominador.