Nascemos depois da guerra e da luta.
Depois dos sonhos e da ilusão de muita gente que acreditava num devir melhor.
Nascemos depois de uma democracia instituída e em construção. Crescemos com
progresso e com esperança. Mas será que prestámos atenção?
O universo, eu sei, rege-se pela lei
do menor esforço, da poupança de energia. Ninguém escapa a isso. Mas a nossa
inteligência tem que ser capaz de ir mais além e, aprendendo com a história,
prevenir os problemas para construir um futuro melhor…
Mas dizem que somos da geração da
viragem por causa da paz, democracia, do crescimento económico, da liberdade, do
emprego, da educação, das universidades,... Mas como nascemos sem ditadura e
sem guerra, nunca verdadeiramente nos preocupámos com o que mais interessa! Por
isso tantos de nós não participam em nada, não dizem nada, não pensam nada...
Porque cansa pensar, porque cansa sonhar, porque cansa discutir, porque cansa reclamar,
porque cansa esperar.
A maioria da nossa geração anda metida
em espectáculos de verão, em barracas e discotecas (onde a música, a droga e o
álcool ocupam o lugar do pensamento), em consumismo vazio e cego (de última
geração ao último grito na moda de roupa e acessórios) e colados à internet ou
facebook.
A verdade é que temos que dar muito
mais de nós, temos que ser mais exigentes com a nossa geração e não nos
limitarmos a queixar da geração anterior que possa ter sido corrupta e má
gestora...
Afinal, de que nos serve termos
muito mais formação e informação que as gerações que nos precederam? Os conhecimentos
que adquirimos têm que nos servir para sermos mais capazes de intervir sobre a
sociedade a todos os níveis (económico, social, político e cultural). Temos que
ser mais capazes de pensar pelas nossas cabeças, encontrar novos equilíbrios
sociais e propor soluções criativas, inovadoras e eficazes! O futuro do nosso
país depende de nós, da nossa capacidade de criação, inovação e intervenção. No
fundo, a verdadeira alternativa somos nós!
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